15 de setembro de 2010

Minas Gerais – Dom Viçoso

Awanturnik

       Pois é galera, mais uma vez estamos aqui, cheios de novas experiências pra contar. O destino? Dom viçoso – Minas Gerais.
         Estavamos em um grupo de 8 pessoas, divididas em 2 carros (Adriano, Leonardo, Klemilson e Monica; Eduardo Matsuda, Cris, Vivi e Cleber). O ponto de encontro foi no posto Sakamoto – em Guarulhos, São Paulo – por volta das 23:40 de sexta-feira. Depois de colocar o pé na estrada, fizemos uma parada rápida pro “café da manhã”, por volta das 2hrs de sábado, e seguimos então em direção à Minas Gerais.  Chegamos na casa dos Tios do Eduardo Matsuda por volta das 6 hrs da manhã de sábado.
         Assim que chegamos, tiramos um cochilo pra recuperar as energias, pois ainda não havíamos dormido. Fomos acordados pelo cheiro de café fresco, bolo de cenoura, queijo autenticamente mineiro, requeijão caseiro, leite quente tirado na hora e muitas outras delícias preparadas pela Tia Dirce. Por volta das 11hrs, chegaram mais 2 integrantes do grupo ( Wanderley e Gustavo), que nos acompanharam em nosso café da manhã reforçado e, logo em seguida, começamos os preparativos para a nossa primeira aventura do dia.

Trilha do Pé Descalço


        Foi uma trilha rápida, de aproximadamente 40 minutos, no quintal da casa dos tios do Eduardo. Apelidamos a trilha de “Trilha do pé descalço”, pois o nosso guia, um morador local que conhece muito bem o lugar e que adora passear por esse trecho de mata Atlântica desde criança, a fez sem qualquer tipo de calçado nos pés. A maior parte do percurso é feita margeando um pequeno rio que abastece as casas  da região, com pequenas quedas d'água em algumas partes de sua extenção. É uma trilha desconhecida, mas exatamente o tipo de trilha que nos faz gostar do título de aventureiros! Adentramos em  uma mata fechada pela qual tivemos que abrir caminho com um facão. A trilha tinha vários trechos de dificuldade que nos faziam apreciar ainda mais o local e tornavam a nossa aventura mais emocionante. O caminho termina em um campo aberto, cercado de diversas serras, com uma vista magnífica, parecendo quadros pintados a óleo. Depois de um breve descanso e de apreciarmos a vista, retornamos a nossa “pousada”, mas não nos demoramos muito lá.  Pegamos os carros e fomos pescar Trutas em um outro sítio.




      


           Depois de conhecer os terrenos e o tanque de peixes, alguns membros do grupo ficaram pescando e os outros foram se sentar na varanda do sítio (que fica até cansativo falar, mas tinha uma linda vista), ouvindo música sertaneja, degustando as trutas que já haviam sido pescadas e um belo churrasco, com direito a cerveja, pinga e coca-cola. O dia foi chegando ao fim, e as conversas foram ficando mais animadas. Ao cair da noite, tivemos a oportunidade de apreciar o céu livre da poluição e do ofuscamento das luzes da cidade; um verdadeiro espetáculo da natureza! Ficamos ali, um bom tempo, a observar as estrelas do céu Mineiro completamente sem nuvens, onde foi possível ver as poeiras estelares, vários satélites cruzando o céu e até algumas estrelas cadentes. Depois de nos fartarmos com os comes e bebes e de tentarmos encontrar as constelações mais famosas, voltamos para nossa moradia temporária para dormir, pois o dia seguinte seria longo.
        


         Acordamos cedo no domingo e tomamos mais um café da manhã delicioso. Curtimos o sol da tarde deitados na grama, aguardando o almoço feito no fogão a lenha. Depois de bem alimentados, partimos para a trilha do Chapadão. Iniciamos a trilha por volta das 15 hrs em um grupo de 9 pessoas, pois o Cleber teria que ir embora na segunda de manhã. Passamos por pastos repletos de vacas, vimos um grupo de tucanos pousados em uma árvore - que, à nossa aproximação, levantaram vôo;  atravessamos 2 bananais olhando atentamente pro chão com medo das cobras e chegamos a uma bica d'agua, no qual abasteceríamos nossas garrafas.














         Mais adiante dessa bica, havia um córrego no qual a água, infelizmente, não estava própria para o consumo, mas serviria para a nossa culinária e que marcaria a metade do caminho; ponto também em que o grupo acabou se dividindo. Como ainda faltava um trecho grande a ser percorrido e o dia já estava começando a virar noite, o Eduardo, a Cris e a Vivi optaram por permanecer perto da água, enquanto o restante do grupo seguiu adiante na trilha, buscando realizar o sonho do nosso "guia" Adriano, de acampar no topo do Chapadão.  
          Iniciamos então uma trilha que não é para os fracos. Nem para os fortes. Apenas para os desprovidos de sanidade mental, vulgarmente conhecidos como LOUCOS. Acho que todos os membros que subiram a serra do Chapadão concordam que essa foi, até hoje, a maior aventura e a maior loucura que já realizaram na vida. Começamos a subir por volta das 17hrs e 30 min, por uma área em que Braquiárias reinavam livremente, secas e a aproximadamente 1m e meio do chão. O problema é que elas estavam acompanhadas de Carrapichos e outras plantas típicas do Cerrado brasileiro que possuíam muitos espinhos. O terreno era bem irregular com muitos buracos e áreas com pequenas erosões no solo. Assim que nos afastamos um pouco do ponto de partida entre as Braquiárias, percebemos que o trecho em que elas estavam altas e acompanhadas de plantas com espinho era maior do que imaginávamos. E então começou a escurecer. E com as lanternas nas mãos, fizemos nosso 1º trekking noturno.




            Depois de um tempo andando entre as braquiárias, foi levantada a possibilidade de desistir do objetivo inicial, que era acampar no topo do chapadão, e retornar ao primeiro acampamento. Mas o retorno seria tão perigoso quanto seguir em frente. E como somos AWANTUNIK's, sempre optávamos por continuar, pois não somos de desitir facilmente. Foi uma experiência única vivida por cada um dos 6 membros do grupo que estavam presentes: Adriano, Gustavo, Klemilson, Leonardo, Monica e Wanderley. Com o Gustavo e o Adriano abrindo a trilha, seguimos sempre em frente, buscando agora um lugar plano pra podermos fixar acampamento, pois estavamos todos exaustos e com fome. A cada passo dado, as dificuldades aumentavam, mas também aumentava a nossa força de vontade. Tivemos que passar a noite em uma pedra de inclinação de aproximadamente 70º, revesando-nos em vigílias de 2 em 2 pessoas a cada 2hrs, pois faltavam 6 horas para amanhecer  e no ponto em que chegamos, não havia por onde prosseguir.

 Quando amanheceu, descemos da pedra sem maiores problemas pois estava claro, facilitando a visualização do nosso objetivo e de um caminho mais tranquilo. Descemos da serra levando conosco, além da lembranças de uma aventura e experiência única, as marcas deixadas pelos espinhos, pois todos os membros sairam de lá cheios de arranhões por todo o corpo. Entrevistei alguns dos aventureiros pra tentar demosntrar o que cada um sentiu no percurso da trilha. A entrevista pode ser lida em detalhes na próxima postagem.  
Enquanto os 6 aventureiros passavam sufoco lá na serra, o grupo que optou por não subir, fez uma fogueira e deliciaram um jantar de dar água na boca (arroz, feijão e linguiça).
         
Vivi preparando o jantar do pessoal que acampou aos  pés da Chapadão


 
            A volta do outro grupo  ( Vivi, Eduardo e Cris ) ao nosso ponto inicial da trilha de domingo foi bem tranquilo, contando porém, com uma surpresa: na volta pelo babanal, a Vivian pisou em uma cobra coral que estava tomando sol no meio da trilha. Resta saber se essa cobra era a falsa ou a verdadeira coral.
            Ao retornarmos a civilização na segunda de manhã, tomamos um café na casa da tia do Adriano e voltamos para a nossa "pousada". Depois de um bom banho, demorado e relaxante, os aventureiros foram dormir para repor as energias e o restante do grupo, que estava bem descansado, foi pescar.






Depois do merecido descanso, fomos até o quintal da casa, fizemos uma fogueira e nela assamos Nozinhos de queijo. E pra acompanhar, um belo churrasco feito no fogão de lenha. A conversa foi até altas horas na segunda, com direito a lendas mineiras e muita risada.

          Terça feira chegou, e com ela o fim da nossa aventura. Um final de semana inesquecível, que vai render histórias por muito tempo para todos os integrantes do grupo que compareceram e que curtiram até o último momento esse feriado prolongado.
          A cada dia que passa, aumenta o grau de dificuldade e de aventura vivida pelo nosso grupo. E com isso, a nossa união. Agradeçemos a todos que tornaram nosso final de semana cheiro de novas experiências, novas amizades e histórias inesquecíveis.






Até a próxima aventura.        
     





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Dom Viçoso 1

Dom Viçoso 2


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